O cancro colorretal mata cerca de 11 portugueses por dia. Consulte o seu médico.

O cancro colorretal mata cerca de 11 portugueses por dia

No programa da RTP 1 "Diga Doutor", falou-se de um cancro que mata cerca de 11 portugueses por dia - o cancro colorretal. A oncologista Dra. Tânia Rodrigues explicou quais os sinais de alerta e as medidas a tomar para a prevenção.

A gastroenterologista Dra. Susana Ferreira, que também também no programa, desmistifica o exame de colonoscopia que pode ajudar no rastreio e tratamento desta doença.

O médico de família Dr. João Ramos  conduz as entrevistas do programa "Diga Doutor" da RTP. Semanalmente, o programa "Diga Doutor" aborda diversos temas relacionados com saúde. O Dr. João Ramos convida especialistas e esclarece tudo sobre doenças, bons hábitos, qualidade de vida, formas de prevenção e tratamentos. Cuide de si, cuide da sua saúde!

Jimmy Kimmel foi fazer a sua primeira colonoscopia e levou as câmaras com ele

Jimmy Kimmel foi fazer a sua primeira colonoscopia e levou as câmaras com ele.

Jimmy Kimmel fez 50 anos em novembro e decidiu ir fazer a primeira colonoscopia. Levou consigo várias câmaras e a jornalista Katie Couric, e decidiu partilhar no seu programa tudo o que aconteceu.

Jimmy Kimmel foi fazer a sua primeira colonoscopia e decidiu levar câmaras consigo para acompanhar o exame. Depois partilhou o vídeo do momento no seu programa “Jimmy Kimmel Show”, da última terça-feira. “Vamos ver uma câmara a ir onde nenhuma câmara foi antes”, disse o apresentador. E sim, é exatamente isso que está a pensar.

A jornalista Katie Couric, cujo marido morreu de cancro colorretal em 1998, não só ajudou Kimmel na preparação para o exame como o levou até ao hospital e até lhe devolveu os objetos que tinham sido ‘encontrados’ no seu cólon.  Brincadeiras à parte, as notícias não podiam ser melhores: não foram encontrados quaisquer pólipos, pelo que médica disse que o apresentador só terá de repetir o exame daqui a 10 anos.

Recorde-se que Jimmy Kimmel fez 50 anos no passado dia 13 de novembro. A idade recomendada para fazer a primeira colonoscopia.

Em março celebra-se o mês da Luta Contra o Cancro do Intestino. O cancro colorretal é a principal causa de morte por cancro entre os portugueses e, segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG) Luís Tomé, mata todos os anos cerca de quatro mil portugueses. Segundo a Globocan – Agência Internacional para a Pesquisa sobre Cancro, todos os anos são diagnosticados mais de sete mil novos casos.

Cancro colorretal mata 4 mil portugueses por ano. Especialistas deixam alerta

Número de pessoas a morrer com problemas no intestino grosso está a aumentar, em Portugal. Especialistas sublinham importância de diagnóstico precoce.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), Luís Tomé, defende uma discussão aberta sobre o melhor método de prevenir o tumor colorretal. Que mata anualmente cerca de 4 mil pessoas em Portugal.

"As pessoas não se apercebem da dimensão da questão. É uma coisa verdadeiramente brutal. Estamos perante um problema em que há uma mortalidade oito vezes superior àquela que acontece como consequência dos acidentes de viação", disse o especialista.

Segundo Luís Tomé, que falava a propósito da Reunião Monotemática da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Que vai decorrer no sábado, na Figueira da Foz. A mortalidade associada ao cancro colorretal não para de aumentar em Portugal. Enquanto outros países já conseguiram inverter essa tendência.

Os cancros do intestino grosso são possíveis de prevenir "porque os tumores desenvolvem-se quase sempre em cima de pólipos. Que quando crescem de uma certa maneira transformam-se em estruturas malignas".

"Quando encontrarmos os pólipos [através da colonoscopia] e os removermos, evitamos que se desenvolvam tumores nos intestinos".

Sublinhou Luís Tomé, defendendo que todas as pessoas a partir dos 50 anos deviam realizar uma colonoscopia.

O presidente da SPG salienta que, nos países desenvolvidos, "verifica-se que o número de doentes que morrem com problemas do intestino grosso têm vindo a diminuir. Porque eles encontram os pólipos e removem-nos". Ao contrário do que acontece em Portugal, em que tem crescido.

"A Direção-Geral de Saúde tentou implementar um sistema em que tentam encontrar as pessoas que têm pólipos. Pesquisando o sangue oculto nas fezes, mas essa pesquisa é pouco sensível para detetar os pólipos. Sendo mais sensível para detetar os tumores", disse.

Para Luís Tomé, o método que está a ser seguido "não é propriamente rigoroso". Dando o exemplo dos Estados Unidos da América e também de países europeus. Em que a prevenção assenta exclusivamente em colonoscopias, que permitam a remoção dos pólipos durante o exame.

Enquanto uma colonoscopia deve ser realizada de 10 em 10 anos. Os testes de sangue oculto nas fezes tem de ser realizado todos os anos e a "experiência mostra-nos que as pessoas perdem a paciência e deixam de o fazer".

Por outro lado, referiu, o sangue oculto "deteta mais tumores do que pólipos e o que se quer é encontrar pólipos antes de se transformarem em tumores, que é o que está a matar".

Na reunião de sábado, na Figueira da Foz, em que vão participar cerca de 250 especialistas, o presidente da SPG pretende uma discussão aberta sobre a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. De forma a inverter a tendência de evolução do número de tumores.

"Neste momento, as pessoas já estão mais sensibilizadas e já se realizam mais de 300 mil colonoscopias anuais em Portugal, pelo que estamos a começar a caminhar para um bom caminho", enfatizou Luís Tomé.

Rastreio do cancro colorretal

DGS segue recomendações europeias de diagnóstico.

No âmbito do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, a Direção-Geral da Saúde informa que o rastreio do cancro colorretal é reconhecidamente uma necessidade. Pela morbilidade e mortalidade associadas a estas neoplasias, sabendo-se que os programas de rastreio podem ter um impacto significativo na redução de incidência e de mortalidade.

Esta necessidade foi assumida a nível europeu. Tendo sido preconizada a realização de teste primário com pesquisa de sangue oculto nas fezes, na população assintomática entre os 50 e os 74 anos. E sem outros fatores de risco. Nesta estratégia, aos doentes com pesquisa de sangue oculto positivo é proposta a realização de colonoscopia.

Este programa diminui a mortalidade por cancro colorretal em aproximadamente 16%. Tendo sido demonstrada a sua utilidade através de estudos controlados, em rastreios de base populacional.

Existem outras estratégias de realização de rastreio do cancro colorretal. Nomeadamente a realização de teste primário com exames endoscópicos (retossigmoidoscopia ou colonoscopia).

Estes testes, com maior capacidade de diagnóstico de lesões pré-malignas, estão também associados a menores taxas de adesão ao rastreio. Sendo que não existe disponibilidade no país para assegurar de forma integral a abordagem por endoscopia a todos os utentes abrangidos nos grupos-alvo.

A maioria dos países com rastreio implementado de base populacional utilizam como teste primário a pesquisa de sangue oculto. Nomeadamente a Austrália, a Holanda, o Reino Unido, a Itália, a Irlanda, a Croácia, a França, a Eslovénia, o Japão e a Coreia do Sul.

O mais importante é ter um programa em curso, independentemente do teste primário. As recomendações europeias continuam a ser a realização de pesquisa de sangue oculto como teste primário. E esta tem sido a prática da maioria dos países com programas de rastreio de base populacional em curso.

Cancro colorretal mata cerca de 4.000 pessoas por ano em Portugal

"As pessoas não se apercebem da dimensão da questão, mas é uma coisa verdadeiramente brutal. Estamos perante um problema em que há uma mortalidade oito vezes superior àquela que acontece como consequência dos acidentes de viação", disse o especialista à agência Lusa.

Segundo Luís Tomé, que falava a propósito da Reunião Monotemática da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Que vai decorrer no sábado, na Figueira da Foz, a mortalidade associada ao cancro colorretal não para de aumentar em Portugal, enquanto outros países já conseguiram inverter essa tendência.

Os cancros do intestino grosso são possíveis de prevenir "porque os tumores desenvolvem-se quase sempre em cima de pólipos.  Que quando crescem de uma certa maneira transformam-se em estruturas malignas".

"Quando encontrarmos os pólipos [através da colonoscopia] e os removermos, evitamos que se desenvolvam tumores nos intestinos", sublinhou Luís Tomé. Defendendo que todas as pessoas a partir dos 50 anos deviam realizar uma colonoscopia.

O presidente da SPG salienta que, nos países desenvolvidos. "Verifica-se que o número de doentes que morrem com problemas do intestino grosso têm vindo a diminuir. Porque eles encontram os pólipos e removem-nos." Ao contrário do que acontece em Portugal, em que tem crescido.

De acordo com o especialista, de 2008 para 2014 houve mais 500 casos mortais em Portugal.

"A Direção-Geral de Saúde tentou implementar um sistema em que tentam encontrar as pessoas que têm pólipos.  Pesquisando o sangue oculto nas fezes, mas essa pesquisa é pouco sensível para detetar os pólipos.  Sendo mais sensível para detetar os tumores", disse.

Para Luís Tomé, o método que está a ser seguido "não é propriamente rigoroso". Dando o exemplo dos Estados Unidos da América e também de países europeus, em que a prevenção assenta exclusivamente em colonoscopias. Que permitam a remoção dos pólipos durante o exame.

Enquanto uma colonoscopia deve ser realizada de 10 em 10 anos, os testes de sangue oculto nas fezes tem de ser realizado todos os anos. E a "experiência mostra-nos que as pessoas perdem a paciência e deixam de o fazer".

Por outro lado, referiu, o sangue oculto "deteta mais tumores do que pólipos e o que se quer é encontrar pólipos antes de se transformarem em tumores, que é o que está a matar".

Na reunião de sábado, na Figueira da Foz, em que vão participar cerca de 250 especialistas, o presidente da SPG pretende uma discussão aberta sobre a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. De forma a inverter a tendência de evolução do número de tumores.

"Neste momento, as pessoas já estão mais sensibilizadas e já se realizam mais de 300 mil colonoscopias anuais em Portugal. Pelo que estamos a começar a caminhar para um bom caminho", enfatizou Luís Tomé.

colonoscopia

Cancro Colonoscopias passam a poder ser todas feitas com sedação

Colonoscopias passam a poder ser todas feitas com sedação

Dois meses depois de ser conhecido o caso de uma doente que esperou dois anos para fazer uma colonoscopia num hospital público. O Ministério da Saúde decidiu avançar com uma série de medidas para garantir o aumento, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), deste tipo de exames que permitem diagnosticar o cancro colo-rectal . A principal novidade é que, a partir de 1 de Abril, quem precisar de fazer colonoscopias nas unidades convencionadas com o SNS vai poder fazê-lo sem ter de pagar à parte a analgesia (sedação). Estipula um despacho esta terça-feira publicado no Diário da República.

A gratuitidade da analgesia pode parecer um detalhe, mas é fulcral porque muitos doentes não fazem o exame por não terem dinheiro para suportar este procedimento. Que pode custar entre 120 a 250 euros nas unidades com acordos com o SNS. Sublinha o presidente da Associação de Luta contra o Cancro do Intestino (Europacolon), Vítor Neves.

“A adesão é menor porque há o tabu de que é um procedimento invasivo e doloroso”, diz.

Assinado pelo secretário de Estado Manuel Teixeira, o diploma explica que este "novo pacote de cuidados" garante."A colonoscopia associada à analgesia do doente, reduzindo o efeito dissuasor à realização do exame”. Esta medida, frisa-se, vai representar “um elevado esforço financeiro do Ministério da Saúde” para obter resultados “nesta área prioritária”.

Ao mesmo tempo, o  despacho estabelece que, até 31 deste mês, as administrações regionais de saúde terão de acordar com os hospitais públicos um aumento do número de colonoscopias. Um aumento que não é possível quantificar por enquanto. Admitiu ao PÚBLICO a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). “Apenas poderemos dar a indicação deste aumento após o processo de contratualização com as unidades hospitalares”.  Explicou o gabinete de imprensa da ACSS.

No diploma reconhece-se que o número actual de unidades que têm convenções com o SNS para a realização de colonoscopias é insuficiente.

Para “permitir um alargamento desejado da detecção precoce do cancro colo-rectal”.

E sublinha-se que é preciso assegurar este tipo de exame. Enquanto o processo de alargamento das convenções.  Que está em curso, não estiver concluído.

Também até 31 de Março, a Direcção-Geral da Saúde terá de publicar as regras de referenciação hospitalar. Além das normas de orientação clínica para o rastreio do cancro colo-rectal e para a realização de colonoscopias. Refere ainda o diploma, que recorda a obrigação de os hospitais a publicarem nos seus sites na Internet informação sobre os exames realizados e os tempos de espera. Esta obrigação já está prevista desde 2011, mas são poucos os hospitais que a cumprem.

O tratamento do cancro colo-rectal “tem uma probabilidade de sucesso mais elevada quando a doença é detectada precocemente”.

Pelo que é recomendável que todas as pessoas entre os 50 e os 74 anos “ efectuem uma pesquisa de sangue oculto nas fezes de dois em dois anos”, lembra-se. No entanto, como este exame pode indicar outras patologias,  se for positivo, "deve ser o médico de família a fazer uma avaliação completa antes de enviar o doente para um hospital”. O objectivo é evitar o envio  de um elevado número de doentes para os hospitais. E o consequente aumento dos tempos de espera para consultas de gastrenterologia e exames de diagnóstico.

Quando o caso da doente que aguardou dois anos por uma colonoscopia foi divulgado em Janeiro, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo anunciou que ia aumentar em cerca de 20% o número de colonoscopias nos hospitais públicos até ao final do ano (mais 5500). Em Fevereiro, o ministro da Saúde admitiu que pretende ter nos exames um sistema idêntico ao das cirurgias. Que permite recorrer ao sector privado quando o tempo de espera máxima definido é ultrapassado.

Em Portugal há cerca de sete mil  casos de cancro de intestino por ano. Em média, morrem 10 pessoas por dia com a doença.

Vítor Neves acredita que com um rastreio de base populacional com um exame que é muito mais acessível do que a colonoscopia  –  a pesquisa de sangue oculto nas fezes – seria possível evitar muitas destas mortes. Há seis anos e meio que reclamamos este rastreio, recorda.

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