Gastroenterologia – Professor Doutor José Cotter – A Importância da Colonoscopia
2 // Abr2019 // Saúde // Gastroenterologia – Professor Doutor José Cotter
Colonoscopia: o método mais eficaz no combate ao cancro do colon e reto
O cancro do colon e reto, habitualmente designado por cancro do intestino, “é uma doença gravíssima”. Sendo a segunda doença maligna que mais mortes provoca em Portugal. Tal cenário, justifica, na visão do Professor Doutor José Cotter, a tomada de medidas efetivas no âmbito da prevenção e da deteção precoce da doença.
Surgem em Portugal cerca de 7 mil novos casos por ano. E a mortalidade associada a esta patologia atinge, anual- mente, cerca de 4 mil doentes. Estes números são chocantes face aos amplos benefícios de medidas concertadas de prevenção. Pois, ao contrário de muitas outras doenças malignas, em cerca de 90% dos casos o cancro é precedido de uma lesão benigna. Os designados pólipos (adenomas). “Se esses pólipos forem diagnosticados e retirados atempadamente, impedimos a evolução oncogénica e esses doentes ficam curados. Quebra-se o processo evolutivo do que poderia vir a transformar-se num tumor maligno”, alerta o gastrenterologista.
Pese embora os vários procedimentos utilizados, o Professor Doutor José Cotter defende que
“a colonoscopia é o único método que permite efetuar o diagnóstico e, simultaneamente, deter capacidade terapêutica”.
Ou seja, pos- sibilita a realização do diagnóstico das lesões prémalignas. A sua extração, revelando ainda, face a todos os outros métodos, maior grau de sensibilidade.
Perante esta evidência o especialista entende que, “nem sempre por razões completamente transparentes, têm vindo a ser aconselhados outros métodos de diagnóstico. Nomeadamente a pesquisa de sangue oculto nas fezes”. Falamos de um método alternativo que “revela falhas muito impor- tantes”, nomeadamente a “baixíssima” sensibilidade para a deteção de pólipos. Isto é, “apenas em cerca de 30% dos doentes que revelam a presença de pólipos. Que se manifesta na presença de sangue oculto nas fezes. Como há dias alertou o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia [Professor Doutor Luís Tomé]. Muitos dos doentes que fazem o teste de sangue oculto nas fezes, obtém resultado negativo quando têm, efetivamente, pólipos em crescimento”. O mesmo é dizer que os doentes ficam tranquilos por ter um exame negativo. Quando na realidade têm uma doença em início que pode a breve trecho revelar-se maligna.